Querida, eletrifiquei o Opel Manta do meu avô!

Eletrifiquei o carro do meu avô. Se um dia te desse na cabeça juntares um veículo clássico a um elétrico! Pois então! Está aí a moda dos “restomod”.

Este estilo consiste em pegar num modelo de veículo do passado e dar-lhe uma nova alma, ficando com um design e motor totalmente novo. Uma alma elétrica, remover-lhes óleo, gasolina, pistons ou bielas. Aquele cheiro característico de um carro dos anos 80, acabou! E por isso, até parece mal que o nome se mantenha o mesmo.

Opel Manta GSe ElektroMOD. Esta é a designação da mais recente aventura da Opel.

Para quem não sabe, o primeiro Manta foi construído em 1970, para competir com o Ford Capri, um dos mais emblemáticos coupe europeu. Com duas portas e os seus característicos faróis redondos. O Manta era um género de berlina com uma pitada desportiva. Andou no mercado até 1988, altura em que foi substituído pelo Calibra, que trouxe um rejuvenescimento natural à marca e ao segmento.

A Opel fez um Frankenstein

A Opel encheu o Manta de peças de outros modelos, ligou-o à corrente e ressuscitou-o. A hora do novo Opel Mantra chegou!

Os faróis da frente são do Mokka, os para-choques cromados desapareceram, a grelha do radiador teve igualmente mudanças pois não se justifica manter a tradicional grelha num carro elétrico.

 

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No interior temos novamente a fusão entre o passado e o futuro.

Bancos do Adam – S contrastam com o volante de três raios do velhinho avô de 1980. O painel digital é “emprestado” pelo Mokka-E, não havendo aqui espaço para o regresso ao passado, é uma total integração nos modelos atuais da marca.

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O Manta conta igualmente com uma caixa manual típica dos veículos a gasolina, o que torna a condução muito similar à de um carro, dito tradicional. Com uma embraiagem que permite arranques suaves e silenciosos, mas igualmente uma condução caracteristicamente elétrica, onde basta usar o pedal do acelerador e do travão.

Mas nem tudo são boas noticias.

Neste Manta, a direção mostra-se pesada e complicada de gerir em circuitos citadinos, só com o aumento da velocidade se obtém melhor resposta. De notar igualmente, a rigidez da carroçaria, claramente um carro que não acompanhou a evolução da integridade estrutural dos tempos modernos, com claras deficiências em pavimentos mais degradados, forçando os pneus para a sua deslocação. A carroçaria mostra as suas fragilidades e a sua idade. Assim como quando chegámos aos 40 e já não temos a resistência do 20. Os resultados estão à vista…

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A performance teve, como é obvio, uma evolução. Apesar de não sendo algo de espantar, não deixa de ser curiosa e agradável.

O binário instantâneo de 255 Nm (152 Nm do original) torna o Manta mais rápido a alcançar os 100 km/h em apenas 8.9s contra os anteriores 11.5s. A velocidade máxima os 188 km/h não se mostra excecionalmente fantástica se compararmos com os anteriores 150 km/h.

E porquê?

Afinal de contas , o Manta está limitado eletronicamente, para efeitos de poupança de bateria.

Curiosidade: Existe um botão dentro do porta luvas, que ativa a regeneração e produção de energia nas travagens, curioso e estranho ao mesmo tempo!

Concluindo…

É um agradável regresso ao passado, com um saborzinho a futuro.

O regresso de velhas lendas do asfalto é sempre bem-vindo, não deixar morrer a alegria que milhões de pessoas sentiram quando tiveram o seu primeiro carro, numa época em que ter carro não era um dado adquirido como costuma ser agora, é sem dúvida fundamental.

Hoje em dia acreditamos que existe um mercado para este tipo de veículos, assumimos que são uma vitamina para o mercado automóvel, cada vez mais pautada pela falta de originalidade. Ainda existe um certo tipo de condutor que procura versões com todos os pormenores desenvolvidos e em que foi dado especial atenção ao detalhe e à mecânica do veículo.

Se calhar o segredo está no regresso às origens.

 

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Redação de texto por Alexandre Correia

Edição de texto por Mariana Marques