Portugal: Um mercado envelhecido

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Portugal é um dos locais na Europa com o parque automóvel mais envelhecido. E de quem é a culpa?

Do comprador? Da legislação? Das marcas?

Vamos tentar perceber de forma simplificada …

Portugal teve durante os anos 90 uma expansão bastante positiva de compra e venda de automóveis. Milhões de portugueses adquiriram viaturas novas ou usadas, fazendo que o mercado automóvel duplicasse. Floresceu uma força motriz do PIB português, que levou os governos a olhar para este mercado com outros olhos.

Aumento de portagens, aumento de imposto sobre combustíveis, mas acima de tudo, aumento dos impostos diretamente associados ao mercado automóvel: o IVA, o ISV e o IUC.

Num país onde o ordenado mínimo ronda os 635 euros mensais, muitos portugueses optam por manter os seus ‘velhos’ companheiros, mesmo que tenham desgastes visíveis de pintura, ou quilómetros acima de 100.000. Isto porque, basicamente, confiam no que têm em mãos e não têm capacidades financeiras para suportar prestações acima dos 100€ mensais.

Aqui existem duas condicionantes:

O preço do veículo e o prazo de pagamento.

Se fizermos uma conta rápida vemos que um carro citadino com 5 anos, no máximo, anda na ordem dos 13.000€ a 18.000€. Se o comprador fizer um crédito vai pagar, no mínimo, em 60 meses, algo como 250€ a 400€ mensais. O que, sejamos honestos, para um rendimento de 635€ é algo impensável.

A culpa não está no preço dos veículos apresentado pelos vendedores, ou pelas comissões que vão usufruir sobre a venda, mas sim nas diversas taxas tributárias que lhes são colocadas em cima.

Muito do parque português é ainda constituído pelos veículos dos gloriosos anos 90, ou seja, maioritariamente por carros com mais de 20 anos. Que com as suas pinturas manchadas e linhas desatualizadas, transportam milhares de portugueses diariamente, para os seus empregos, casas ou escolas.

Contribuem igualmente para este facto os veículos importados, muitos deles vindos de países como Alemanha ou França, já com elevada idade, mas a preços acessíveis para o comum do português. São os verdadeiros sobreviventes das intempéries, das estradas em mau estado e de alguns aselhas.

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Está clara a necessidade de intervir no sector, criar bases sustentáveis para que o mercado consiga sobreviver. Não podemos exigir qualidade e responsabilidade quando não providenciamos ao mercado condições básicas de inovação. Está na hora dos governos olharem para esta força motriz da economia com outros olhos, ajudando ao desenvolvimento do mercado.

Contribuir para uma evolução positiva de todos que usam veículos no seu dia a dia, reduzindo assim os acidentes rodoviários. Defender e proteger os que têm empresas associadas a este negócio de modo a que, quem pagua os impostos sinta que justifica fazer o negócio dentro da legalidade imposta pela legislação.

Mas acima de tudo, providenciar a todos o direito de ter um veículo melhor sem ter que perder qualidade de vida.

 

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