Porque está o mercado sem veículos?

Portugal está com um défice em veículos. Os comerciantes do mercado automóvel não têm stock para fazer face à procura, e porquê? Durante o confinamento a produção de materiais semicondutores baixou de forma significativa, fazendo recuar a produção de semicondutores essenciais na produção de automóveis, para menos de metade da sua produção habitual.

As marcas não conseguem ter matéria prima suficiente para produzir veículos nas fábricas, consequentemente os vendedores de veículos usados não conseguem adquirir veículos aos grandes operadores, criando a tempestade perfeita no mercado automóvel. Consequências imediatas! Aumento dos preço e vendedores a fecharem portas.

Mas o que são semicondutores afinal?

Nos tempos atuais os veículos são cada vez mais tecnológicos, podemos mesmo afirmar de que os nossos carros têm um cérebro. É nesse local que tudo é gerido de forma eletrónica, desde o motor até aos vidros, tudo passa pelo centro nevrálgico dos veículos. Mas para que essa informação circule é necessário existirem circuitos, chips e processadores. Tal e qual o nosso computador ou telemóvel. O problema é precisamente aqui.

Estes materiais funcionam como condutores de corrente elétrica ou como isolantes de diversos fatores externos, como exemplo a temperatura. A constituição destes semicondutores vem da natureza, silício, germânio, enxofre, boro e cádmio são algumas das matérias primas em deficit para a produção. Como se tratam de materiais extraídos da natureza e não manufaturados não se conseguem substituir.

Neste momento não existem previsões de retoma, muitas das marcas tentam contornar a ausência desses semicondutores, usando por exemplo os velocímetros analógicos para continuar a produzir veículos nas suas linhas de montagem, mas é claramente insuficiente para fazer face à demanda do mercado. E nem todas as marcas têm essa vontade.

De algo podemos ter a certeza, o preço dos veículos vai continuar a subir. E num mercado tão penalizado pelos impostos como Portugal, começa a ser complicado adquirir veículos nos próximos tempos. A tendência é comprar veículos elétricos. O consumidor depara-se neste momento com dois fatores preponderantes para a sua escolha, preço e prazo de entrega. É aqui que Portugal vai tentar assegurar as metas impostas pela UE, se mantivermos este caminho no que concerne à taxação e tributação de veículos vai ser muito complicado manter a sustentabilidade do sector.

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Este texto é uma parceria com Razão Automóvel