Hoje em dia, os nossos carros trazem opções de série e nem pensamos quando foram incorporadas pela marca, apenas as queremos lá. Algumas delas nem sabemos o que fazem na realidade. Ou por vaidade, ou por necessidade, compramos essa opção.
Mas, a que vamos falar hoje, é de facto fundamental para quem se desloca dentro das cidades. Ruas e ruelas, sentidos proibidos, rotundas por todo o lado. A confusão em algumas cidades é de tal forma grande que só com um GPS conseguimos chegar ao destino.
“Chegou ao seu destino!” – Anuncia a voz escolhida por nós.
Para quem não sabe ou não segue de perto estas questões, GPS são as siglas de ‘Global Positioning System’, ou seja, Sistema de Posicionamento Global. Tem como função ajudar o condutor a navegar, usando satélites em órbita da Terra.
Pois é, os vossos GPS, estejam nos telemóveis ou nos veículos, usam tecnologia que outrora era apenas para uso militar. Era utilizado um sistema de triangulação feito entre satélites espaciais, colocados no espaço para espiar os países ou para detenção de armas de destruição massiva.
Já se sentem um pouco mais importantes?
Então vamos saber qual o primeiro carro a ter um GPS de serie!
Foi o Ford Aurora em 1964.
Impossível! Dizem vocês. Então não acabaste de escrever que os satélites eram apenas de uso militar?
Verdade, mas a Ford não usava satélites em 1964. As marcas não dispunham de tecnologia que permitisse a leitura em tempo real do posicionamento dos veículos. Tinha um mapa inserido no tablier por detrás de um vidro que nos permitia inserir a nossa posição manualmente. Funcionalidade? Zero! Mas era um adereço que iria marcar o futuro dos veículos em todo mundo.
Era isto, um mapa colocado no tabliê que ninguém sabia ao certo como funcionava. Não falava, não sugeria e, mais do que tudo, estava limitado ao mapa disponibilizado. Era como só pudessem ir de Lisboa ao Porto sempre pela A1. Desde que soubesses onde te encontravas no momento da tua escolha. Era um comum mapa, similar aos que tínhamos nos anos 80, a diferença é que não tínhamos que partir a cabeça para o dobrar sempre que o deixávamos de o usar.
O veiculo em questão foi um protótipo da Ford. A visão do futuro que a marca americana tinha sobre os carros de família. Uma carrinha que dispunha de bancos frontais rotativos, similares às monovolumes, um intercomunicador entre o condutor e os bancos traseiros, a parte traseira era quase totalmente envidraçada, toda ela panorâmica, um mini frigorifico e o tradicional volante era similar à manche de um avião.
Escusado será dizer que nunca foi comercializada, o mundo à época queria algo tradicional. A desconfiança que o comprador tinha era enorme sobre algumas destas surpresas. Os elevados custos de produção também não ajudaram a que esta visão do futuro vingasse.
Mas algumas das propostas hoje em dia estão presentes nos veículos que usamos. Mas, como em tudo, a época não era a ideal.
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