Conversa 4 Piscas convidam Elisabete Jacinto, a professora de geografia que conduz um camião no deserto.
O que leva uma professora a pegar num camião e enfrentar as dunas dos desertos mundiais? Simples, o desafio pessoal! Quando acordas um dia e questionas a tua resistência, a tua capacidade ou até mesmo a força de vontade. É nesse momento que tens que encontrar uma motivação para te superares.
Em 1992, Elisabete Jacinto estreou-se como piloto de todo terreno. Participou no Grândola 300 com uma Suzuki, o resultado final foi a conquista pessoal de ter participado numa prova do calendário nacional de todo terreno. O primeiro degrau estava ultrapassado.
A primeira vez que rolou em Africa foi em 1997, no rali da Tunísia, terminando a prova no excelente 2º lugar da classe maratona. O salto para o Dakar foi inevitável, estreando-se no ano seguinte com uma Suzuki DR 650. Mas a falta de preparação ditou o abandono da prova à 7º etapa.
O Dakar passa a fazer parte da vida de Elisabete, a conquista foi sempre a superação pessoal, mesmo quando a classificação final mostrava o contrário, o resultado era sempre positivo. Em 2001 o azar assombra a participação no Dakar, quando o seu carro de assistência explode ao passar por cima de uma mina. Leva a piloto a ter que efetuar todas as tarefas de manutenção da sua mota, resultado final, mais um etapa de superação pessoal. Esse ano marcou ainda a mudança para o todo terreno nos automóveis, ao volante de um Jimmy.
Mas esta incursão nos jipes foi curta, em 2003 participa no rali Telefónica Dakar ao volante de um camião e encontra o seu novo desafio. Os camiões.
Afirmar-se num mundo onde a totalidade de pilotos é do género masculino, é uma tarefa dificil. Mas o resultado foi fantástico para si e para Portugal. A piloto rapidamente começou a superar os seus adversários e a conquistar excelentes resultados nas provas em que participava. Com uma condução ponderada, mas eficaz, ganhou o respeito e o direito a ser considerada um dos melhores pilotos de camiões de todo terreno mundiais.
Ouve aqui algumas das historias que nos contou.
Ainda não temos camiões para o Dakar, mas que tal um jipe. Em Piscapisca.pt