As caixas negras do avião, deixam mesmo de ser um sistema exclusivo das viagens aéreas. A partir de 2022 todos os automóveis são obrigados a ter este dispositivo, as famosas caixas negras. Mas esta tecnologia obrigatória por enquanto é só para veículos que venham a circular na UE.
De acordo com uma maior segurança a quem circular nas estradas, esta decisão conta com apoiantes, mas também com alguma oposição. O argumento usado é o do registo de dados pessoais. Os opositores da ideia alegam violação da lei de proteção de dados.
Mas não é bem assim, vamos tentar perceber que dados são recolhidos.
Que dados são registrados
Convém informar os condutores que ao contrário do que acontece nos aviões, as conversas que decorrem no cockpit não são gravadas. Deste modo, podemos continuar a conversar livremente no habitáculo dos nossos veículos pois não existem gravadores.
Para as pessoas um pouco mais conhecedoras do mundo automóvel, o que vai ser obrigatório em todos os veículos é um tipo de tacógrafo, similar ao que existe nos camiões, que vai recolher os seguintes dados:
- A pressão no acelerador ou as rotações do motor;
- O ângulo de viragem e a velocidade angular em graus;
- A velocidade nos últimos 5 segundos;
- O recurso aos travões;
- A duração do Delta V(aceleração positiva ou negativa);
- A ativação dos airbags e pré-tensores dos cintos;
- O uso dos cintos de segurança e as dimensões dos ocupantes;
- A variação da velocidade à qual o veículo foi submetido após o impacto;
- A aceleração longitudinal em metros por segundo ao quadrado.
Podem ficar descansados os mais conservadores. Nesta política, não existe qualquer violação dos dados pessoais.
Além disso, esta inovação típica do avião, vai tornar mais rápidas as investigações de acidentes rodoviários. Uma ajuda bem-vinda a todos os intervenientes na resolução dos mesmos. Espera-se que acabe de igual forma com a impunidade das pessoas que se verifica muitas das vezes nas estradas. Apesar de não haver limitador de velocidade, é de esperar que os excessos de velocidade sejam desta forma e com este programa, determinados. Que acabam alguma vezes por beneficiar o infrator.
Relativamente aos dados recolhidos, os mesmos apenas serão acedidos em caso de acidente. A lei de proteção de dados vigente na UE protege os intervenientes.
Uma vantagem que se espera é a diminuição da calamidade que se vai vivendo em Portugal. Existem cada vez mais acidentes com consequências fatais para os seus ocupantes. Com esta norma, esperamos que as estradas de Portugal passem a ser usadas para passeios e não para corridas.
Por agora ainda não está em vigor a norma, mas podes procurar em Piscapisca.pt um veículo já com a famosa caixa negra.
Este texto é feito em associação com Razão Automóvel